Baseado em uma história real, “O Solista” coloca, pela primeira vez, o diretor inglês Joe Wright no comando de um roteiro que não se passa num século distante, na Inglaterra, com uma história de amor arrebatadora. O conto que ele compartilha conosco aqui é uma história totalmente urbana com seus contornos dramáticos e que é uma daquelas obras que faz com que seu personagem principal passe por algo, de forma a ele aprender e poder melhorar como pessoa.
Steve Lopez (Robert Downey Jr.) é o autor de uma das colunas mais lidas do Los Angeles Times. Isso é o básico que você precisará saber sobre ele. O resto nos será revelado aos poucos pelo roteiro escrito por Susannah Grant. Quando o encontramos pela primeira vez, dá para perceber que ele respira o trabalho que desempenha diariamente e, a todo instante, está em busca de um personagem, de uma história interessante, de alguma coisa que seja especial o suficiente para que ele decida dividir com os seus leitores.
Por isso que o encontro de Steve com Nathaniel Ayers (Jamie Foxx) acaba sendo o ponto de transição mais importante para a trama de “O Solista”. Este cara é um mendigo portador de esquizofrenia, mas que tem uma inteligência e sensibilidade musical acima da média, a ponto de ele – sem ter tido qualquer tipo de aula teórica sobre o assunto – saber tocar muito bem um instrumento complexo como o violoncelo. É óbvio, portanto, que Steve se sinta totalmente intrigado por Nathaniel e pela sua história de vida.
É desta maneira que Steve veste totalmente a camisa de Nathaniel e passa a lutar contra tudo que ele sempre fugiu – a responsabilidade de ter que cuidar de alguém, de ter uma pessoa que depende de você e que confia em você – para se dedicar por completo a ajudar Nathaniel a conseguir viver uma vida normal, respeitando as limitações que a doença dele infligem a ele, mas, ao mesmo tempo, oferecendo o suporte necessário para que ele desenvolva todo o potencial que ele possui.
Uma história como essa, se tratada da maneira correta, tinha tudo para se tornar poderosa e para inspirar um tanto de gente por aí. Entretanto, o resultado obtido pelo diretor Joe Wright e pela roteirista Susannah Grant se assemelha – e muito – ao conseguido pelo diretor e roteirista Rod Lurie em “O Resgate de um Campeão”. Ou seja, “O Solista” falha por ser irregular e por nunca nos envolver por completo com estes dois personagens centrais.
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